sábado, 30 de abril de 2011

Rufinka: Canção do folclore búlgaro sobre uma morte na primavera

Este pequeno post, é um dos primeiros onde exploro (mesmo que extremamente superficial) meu objeto de estudo (O Islam na Europa, principalmente pela ótica cultural). Antes havia apenas postado uma nota sobre um concurso que elege as muçulmanas mais influentes do velho continente e um artigo de El-Hajj Abdassamad Clarke, o Imam da mesquita de Norwich. Esta pequena postagem traduzida e adaptada do blog "Maya's corner" fala sobre uma canção de amor do folclore bulgaro que foi criado pela comunidade muçulmana da Bulgaria, esta comunidade recebe o nome de Pomak, apesar de minoritarios, esta canção acabou sendo incorporada ao folclore bulgaro nacional. Eu creio ser este post muito importante para ilustrar uma face do Islam que o ocidente teima em desconhecer, a pureza póetica contida no sistema de artes islâmica (principalmente na literatura e poesia) tornam irracionais qualquer tentativa de qualificar os problemas atuais no mundo islâmico e/ou da falha diplomatica entre o mundo islâmico e o ocidente como um "choque de civilizações".

Radamés Rodrigues




Rufinka Bolna Legnala: Canção do folclore búlgaro sobre uma morte na primavera

Por Maya Markova


Uma das mais conhecidas e amadas canções do folclore búlgaro é Rufinka Bolna Legnala (Rufinka esta deitada doente) criada aproximadamente entre 150 à 200 anos atrás nas montanhas de Rhodopa (inclusive, como outras canções da região, esta também é muito difícil de se declamar). Esta canção foi criada pelos muçulmanos búlgaros, conhecidos etnicamente como pomak, e ao que tudo indica esta canção foi o único elemento de sua cultura que foi incorporado a cultura popular búlgara. A história dessa canção é a seguinte, Rufie (informalmente Rufinka) foi uma personagem real, uma moça de boa família. Por volta dos 20 anos e ainda sem ter contraído matrimonio ela sucumbi vítima de uma doença progressiva e fatal, provavelmente tuberculose. Antes dela morrer, perguntaram-lhe do que ela mais se lamentava, de seu vestido de casamento (o qual nunca iria usar) ou do mundo. A Rufie (personagem histórica)  teria respondido "O vestido, porque eu nunca vou usa-lo". No entanto, a personagem da canção da uma resposta diferente, veja abaixo.

RUFINKA BOLNA LEGNALA - RUFINKA ESTA DEITADA DOENTE

Rufinka bolna legnala - Rufinka estava deitada doente
Na visokana planina, - Lá no alto da montanha,
Nikoĭ do neya nemashe  - Não Havia ninguém ao seu lado
Sal stara i maĭchitsa - Somente sua velha mãe
Tya si Rufinki dumashe: - Ela perguntou a Rufinka:
Rufinko, moya doshtero, - Rufinka, minha querida filha,
Mila li ti e rubana, - Você se lamenta pelo seu vestido de noiva,
Rubana oshte libeno? - Seu vestido e seu amado?
Maĭchinko, mila i draga, - Minha querida, minha querida mãe,
Ne mi e milo lyubeno, - Não me lamento pelo meu vestido,
Am mi e mila din'osa, - Me lamento pelo mundo,
Che sa e prolet puknala, - Porque a primavera esta chegando agora,
Vsichko ot zemya izliza, - Tudo esta saindo da terra,
Pŭk ya shte v zemya da vleza. - E eu entrarei na terra,
Idi mi, maĭcho, porukaĭ mizhova Fatma da doĭde, - Mãe, chame Fatma Mizhova,
Da si i pridam, maĭchinko, moeno libe da vodi, - Deixe ela entrar, e eu vou dizer-lhe para casar com o meu amado,
Moena ruba da nosi... - E pegar o meu vestido de casamento...

A Canção em círilico:

РУФИНКА БОЛНА ЛЕГНАЛА

Руфинка болна легнала
на високана планина,
никой до нея немаше
сал стара и майчица.
Тя си Руфинки думаше:
- Руфинко, моя дощеро,
мила ли ти е рубана,
рубана още либено?
- Майчинко, мила и драга,
не ми е мило любено,
ам ми е мила диньоса,
че са е пролет пукнала,
всичко от земя излиза,
пък я ще в земя да влеза.
Иди ми, майчо, порукай
мижова Фатма да дойде,
да си и придам, майчинко,
моено либе да води,
моена руба да носи....

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